sábado, 31 de dezembro de 2011

A Casa Grande tem mais ouro que o Palácio de Buckingham

Eike Batista, empresário ramo de mineração e petróleo,é o
homem mais rico do Brasil, 8o do mundo. Além das
contrataçõesde ex-integrantes da Petrobras, que estariam
usando informações privilegiadas a favor do empresário, ele
conseguiu(num controverso leilão realizado pelo governo)
ganhar o direito de explorar os mais ricos campos de extração
do Pré-Sal. No primeiro dia de oferta publica de ações da OGX
(petroleira de Eike) o empresário lucrou cerca de R$ 25 bilhões
de reais (em um único dia, esse único homem ganhou mais
de 147 vezes o valor a ser pago pela Mega Sena da Virada)

Sexta Economia do Mundo. Octogésima oitava em Educação. Sexta Economia do Mundo. Octogésimo Primeiro IDH. Sexta Economia do Mundo. 11,5 milhões de Pessoas vivendo em aglomerados subnormais (favelas, palafitas, grotas, etc.). Sexta Economia do Mundo. Mais da metade não tem saneamento. Sexta Economia do Mundo. Uma mulher agredida a cada 15 minutos. Sexta Economia do Mundo. Um homossexual morto a cada 36 horas. Sexta Economia do Mundo. Movimentos sociais criminalizados. Sexta Economia do Mundo. Apenas 10% dos trabalhadores fizeram curso superior. Sexta Economia do Mundo. Só 3% dos formados exercem a profissão para a qual se preparou. Sexta Economia do Mundo. Morrem 23,4 crianças antes de um ano a cada mil (situação ainda é pior, pois muitos mais morrem se sequer ser registrada)- Em Cuba é 6, na Suécia é 3. Mas, mesmo assim, ainda somos a Sexta Economia do Mundo. População Carcerária beirando meio milhão (dobrou em 10 anos). Sexta Economia do Mundo. Barbalho Senador. Sexta Economia do Mundo. Ninguém pode investigar juiz. Sexta Economia do Mundo. Mais de 350 lideranças campesinas e indígenas assassinadas em um ano.
Copa! Olimpíada! Já mandamos um cara pro espaço pra plantar feijãozinho. Afinal, somos a Sexta Economia do Mundo. Invisíveis, centenas de milhares de moradores de rua não contabilizados. Guaranis, Caiapós, Fulni-ôs... Nações inteiras, minoria étnicas assassinadas, expulsas de suas terras, humilhadas. Ah, mas o Brasil está crescendo. Estamos nos desenvolvendo. É só a “merreca” que se paga para ser a Sexta Economia do Mundo.
Se dividíssemos esses 2,09 trilhões de dólares por cada um de nós 190 milhões, nosso PIB per capta seria um quarto do dos EUA. Mas não, não dividimos a bolada. Lembra quando diziam que o bolo precisava crescer para depois ser repartido? Bem, fim de papo, não tem mais desculpa, passamos os ingleses, mas lá a maioria come seu bolinho acompanhando o chá da tarde. Aqui, estamos de pires na mão. Então a Casa Grande daqui tem mais ouro que o Palácio de Buckingham.
Criança procura comida no lixo da 6a Economia do Mundo
Sexta Economia do Mundo. Trabalho escravo. Prostituição infantil.
Concentração de terra aumentando. Mais de 75% da área agricultável é ocupada pelo Agronegócio, mesmo que represente só 15% dos estabelecimentos rurais. E esses gigantes, que desmatam, acabam com a água e envenenam o solo não plantam alimento, só commodities industriais. A Agricultura familiar é que planta comida. Assim como no campo, a grande imprensa nacional também é para poucos, 13 famílias controlam o que vemos, ouvimos e lemos. E essas oligarquias rurais estão alinhadas com as oligarquias de Rádio e TV (bem como também estão alinhadas a bancos, corporações mineradoras estrangeiras que atuam no Brasil, empreiteiras e empresas de petróleo, como as da família Bush e de Eike Batista - ou deveria dizer Sheik Batista?).
Assim, o discurso chega manipulado. Universitários contra a militarização e o controle ideológico aparecem como maconheiros. Índios, como vagabundos. Camelôs e desempregados como baderneiros. Esse ano, até bombeiros que são heróis, foram mostrados como bandidos insurgentes.
Assim midia manipulada como o Grupo Bandeirantes de Comunicação (ao qual pertencem a TV Bandeirantes, Band News e Terra Viva – a voz dos latifundiários) omitem o que não querem, dão enfase ao que querem e usam eufemismos para dizer enrolando o que não dá para não dizer. Dizem “Áreas rurais consolidadas serão regularizadas”, para não usar as palavras diretas “áreas de preservação desmatadas ilegalmente vão ficar por isso mesmo, pois os criminosos serão anistiados”, quando vão falar de temas delicados como as mudanças do Código Florestal.
É preciso ter claro qual nossa real situação econômica, social e política nesse momento histórico agora que entramos em 2012, ano que deve ser de grandes transformações no Planeta. O Brasil é uma parte considerável do planeta, é 47% do nosso continente, e não está de fora (ou não pode estar de fora) das transformações que o mundo exige. Mesmo porque sem a construção de uma verdadeira democracia e estabelecimento da Justiça nesse pedaço do mundo, a própria vida no mundo está ameaçada (ninguém vive sem água, nem sem o ar que as florestas fornecem ao limpar a nossa caca de CO2 do ar).
Previsão de chuvas e trovoadas insurgentes nas eleições presidenciais de França, EUA e México. Na Rússia as eleições não terminaram, só terminam depois que arrastarem o último dos milhares de jovens da Praça Vermelha e o enfiarem no último trem para a Sibéria.
Paraenses acompanham funeral do castanheiro José
Cláudio, um do mais de 300 assassinados no campo
entre extrativistas, camponeses e indígenas em 2011;

Na Retrospectiva 2011 A Globo mostrou o Scliar,
a Lili Marinho, o José alencar, mas esqueceu centenas
de mortos. José Cláudio, castanheiro (e sua mulher),
Cacique Nísio Guarani Kaiowá; Marlone, Luiz Lopes, etc
Em quem vamos acreditar? No Jornal Nacional? Vamos acreditar que precisamos destruir a Amazônia (essa sim nossa verdadeira riqueza de valor inestimável) para “gerar a energia que o Brasil precisa para continuar crescendo”. Do que o Brasil precisa? Se tornar a Quinta Economia do Mundo? Isso não é ranking da Fifa. Comemorar isso é tão patético quanto torcer pra Central do Brasil no Oscar. Precisamos de Justiça, Verdade, Liberdade, Comida, Terra, Floresta, Paz, Voz.
A retrospectiva da TV Bandeirantes (que deve ter esse nome por que apoia a retomada do genocídio indígena) mostrou entre os fatos mais importantes a fórmula Indy que ela patrocinou, e a inauguração da iluminação da torre de TV na Paulista (acharam quase tão importante quando a queda de Berlusconi). Mas omitiu os novos movimento sociais, os levantes estudantis de Natal, a resistência Indígena, as ocupações publicas, o crescimento das bicicletadas.
Sinto muito Saads, Macedos, Marinhos e Abravanéis. As insurreições de 2012 não serão televisionadas, mas não poderão ser escondidas. Nem aqui, nem na China.

MAIS
"V pour Verités" (V de Verdades) música de Keny Arkana, música que tem tocado muito em ocupações anticapitalistas de todo o mundo

4 comentários:

  1. 6° economia do mundo dos cegos! Maluh Lube

    ResponderExcluir
  2. Plutocacia ou Timocacia = Preponderância da riqueza e dos homens ricos no poder.
    Esta é a verdadeira forma de governo. Alguma dúvida ou contra-ponto?

    ResponderExcluir
  3. Mas dentro de um contexto capitalista, não adianta ser a sexta maior economia do mundo se temos que dividir com uma população enorme. Neste caso o única forma de fazer uma comparação razoável é fazer uma análise não em cima do PIB e sim em cima da renda Per Capita.

    E não é apenas uma questão de distribuição de riquezas que obviamente torna a questão social ainda mais nefasta, mas o Brasil é de fato pobre.

    O PIB do Brasil é de 2 trilhões de dólares. Se dividirmos 2 trilhões pelos 190 milhões de brasileiros, teremos uma quantia de cerca de 10 500 dólares, como você disse no texto cerca de um quarto da americana. Se convertermos essa quantia para reais, teremos um valor de 21 000 anuais, já que o PIB é uma medida anual. Se dividirmos esse valor por 12 que é quantidade de meses em um ano, teremos a quantia de cerca de R$ 1700 reais. Esse seria a renda mensal do brasileiro caso toda a riqueza do Brasil fosse igualmente distribuída.

    Recentemente saiu um estudo do DIEESE(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) que assegurou que o salário mínimo do trabalhador no País deveria ser R$ 2.616,41 a fim de suprir as necessidades básicas do brasileiro e de sua família.

    O que se constata portanto é que mesmo que se distribuísse igualmente toda a riqueza produzida no País, a renda do brasileiro seria ainda insuficiente para suprir as necessidades básicas do brasileiro e de sua família. Ou seja o Brasil é de fato um País pobre dentro de um quase inescapável contexto capitalista.

    Com essa mesma lógica dá para explicar o porque o Estado é ineficiente em prestar serviços com educação, saúde e outros serviços públicos. O fato é que não que o Estado brasileiro seja ineficiente em prestar serviços publicos, e sim que pelo fato do Brasil ser um País pobre, o Estado arrecada pouco dinheiro e consequentemente possui pouco dinheiro para investir e portanto os serviços são ruins.

    Hoje a carga tributária brasileira (ou seja os imposto) é de cerca de 33%. Se levarmos em consideração que o PIB brasileiro é de cerca de 4 trilhões de reais, e multiplicarmos por 33% veremos que a arrecadação o estado brasileiro arrecada por ano 1,32 trilhões de reais. Parece muito mas não é. Se dividirmos 1,32 trilhões de reais por 190 milhões de brasileiros, teremos uma quantia de R$ 6 942 reais. Se dividirmos esse valor por 12 meses, veremos que o dinheiro que Estado brasileiro dispõe para investir mensalmente por cidadão é de R$ 572 reais.

    Não precisa ser nenhum especialista para saber que qualquer escola particular não muito boa no Brasil tem um mensalidade maior que R$ 572 reais, ou que um plano de saúde custe metade disso. Ou seja, o Estado brasileiro não presta um bom serviço para sua população porque ele não dispõe de dinheiro para tal.

    Só para efeito de comparação, se multiplicarmos a carga tributária do Brasil pela sua renda per capita ou seja, 33% x 10 500 dólares, veremos que o estado dispõe de cerca de 3 500 dólares para investir por pessoa. Se compararmos com países como a Alemanha que tem uma renda per capita de 37000 dólares e uma carga tributária de 34% veremos que o Estado Alemão dispõe de 12 500 dólares para investir em serviços para sua população quase quatro vezes mais que o Brasil, então não é difícil imaginar que propicie serviços melhores para sua população

    O único país do mundo que consegue quebrar essa lógica é Cuba.

    Mesmo tendo uma renda per capita de 4 500 dólares, Cuba possui um IDH maior que o Brasil, um índice de alfabetização melhor que o da França, e uma taxa de mortalidade infantil menor que os EUA, mesmo tanto, Brasil, França e EUA tendo uma renda per capita respectivamente muito maiores que Cuba.

    Mas isso é claro, porque Cuba rompe com a lógica capitalista.

    Dentro da lógica capitalista o Brasil na atual condição é um país pobre, e nem mesmo a mais igualitária distribuição de renda ou o melhor e mais utópico governo pode mudar essa situação.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É absurdo ouvir dizer que somos um país pobre. Somos dotados de riquezas naturais inestimáveis que em muitos países não há mais nem sombra. O que está errado é o modo pelo qual essas riquezas são exploradas e por quem elas são. O modelo econômico que vigora no mundo nunca irá permitir uma distribuição igualitária da riqueza pois está apoiado num processo predatório de exploração humana. O Brasil, pobre? Fala sério. E os milhões que somem dos cofres públicos através da corrupção? E as vantagens pecuniárias que são dadas por décadas como isenção de impostos pra grandes corporações? Isso só pode ser brincadeira. Pobre? Só se for de espírito!

      Excluir