Grupo de moradores de Sevilha fazem mobilização organizada pela Internet no lançamento do manifesto de apoio ao Wikileaks e pela liberdade de informação; de maneira pacífico, os manifestantes, a maioria jovens, carregavam cartazes e distribuiam panfletos e conversavam com as pessoas na rua Foto: Renata Takahashi/Viagem no Tempo |
Jornalistas, estudantes, desempregados e gente de todo jeito de diferentes origens, de maneira independente ou em coletivos, começam a se organizar para espalhar um manifesto que pede liberdade de expressão e realizar manifestações no próximo dia 15 de janeiro (sábado), num momento em que em diferentes países, governos de diferentes colorações políticas ideológicas, do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, adotam posturas de repressão à expressão de opinião divergente e ocultação da verdade de seus cidadão.
Fazem parte desse contexto a prisão chinesa que tranca Liu Xiaobo, a perseguição ao Wikileaks, propostas de leis de controle da internet tramitando na Venezuela, no Brasil (Lei Azeredo), na Espanha e em diversos países islâmicos.
Essas perseguições que ameaçam seriamente as conquistas democráticas dos diversos povos levaram a um grande debate popular na internet. O manifesto a seguir teve sua redação final apresentado por grupos de apoio ao Wikileaks organizados sob o endereço http://freewikileaks.eu/ Grupos que participaram de elaboração do texto, inclusive ciberativistas conhecidos como Anônimos, fez questão de deixar claro que embora tenham colaborado com o debate não gostariam de ter sua imagem associado a uma ONG ou instituição como por exemplo o próprio site do Freewikileaks.
Isso acontece por que o manifesto é uma afirmação de valores universais, não pertence a ninguém. Embora em parágrafos específico do manifesto seja abordado diretamente a perseguição ao Wikileaks e a seus fundadores, nem Julian Assange nem o site são responsáveis, líderes ou donos do manifesto.
O manifesto que reproduzimos abaixo é de quem quiser, de quem abraça esses valores. Há um chamamento ao povo, aos governos e à imprensa a não se acovardarem diante dessas crescentes agressões ao direito das pessoas de saberem as coisas de interesse público e dizerem o que pensam.
Mande o texto abaixo para seus amigos, reproduza no seu blog e nas comunidades de redes sociais das quais fazem parte. Os jornais que também se identificarem com esses valores, publique o texto em suas páginas. Que as TVs que defenderem a transparência também o leiam e promovam debates.
No caso do Brasil, principalmente, boa parte da população não tem acesso à Internet e por isso sequer tem consciência do quanto as perseguições ao Wikileaks e demais ameaças à liberdade de informação interferem diretamente na qualidade da democracia em que vivem, por isso é importante que o debate não se restrinja ao mundo virtual. Converse com as pessoas, se organize localmente, principalmente para o próximo dia 15, sábado, quando, enquanto ainda temos alguma voz, deveremos nos fazer ouvir nas praças reais e virtuais.
Se você é artista, líder trabalhador, mãe, filho, use sua credibilidade para ajudar a difundir esses princípios e a organizar manifestações. Se você compartilha desses valores, você é um de nós e esse manifesto também é seu, por isso não deixe de ajudar a divulgar e enviar também aos políticos ou pessoas te representam.
(por que não há democracia sem transparência e justiça)
DENUNCIAMOS
- Que a liberdade de expressão e de imprensa é um direito fundamental, consagrado nos direitos humanos que devem prevalecer sobre os interesses das grandes empresas e governos que escondem as suas ações dos cidadãos, de maneiras juridicamente questionáveis, sob o pretexto da segurança e do interesse nacional.
- Que a Internet, como principal refúgio dessa liberdade de expressão nos tempos atuais, não deve ser objeto de censura ou repressão por empresas ou governos.
- Que trazer à luz para a opinião pública os crimes de guerra, encobrimentos, tráfico de influência e espionagem não é crime. Aqueles que revelam esse tipo de ação não devem ser perseguidos ou presos, mas ao contrário, apoiados.
- Que a transparência no governo é um pilar fundamental de qualquer democracia. A ocultação por parte dos governos aos cidadãos das informações revelada pelo Wikileaks é uma enganação e uma traição.
- Que os governos devem responder e obedecer em primeiro lugar aos cidadãos, e não às empresas, lobistas, facções, mercados e grupos privados de poder.
- Que os fatos revelados pelo Wikileaks devem ser devidamente investigados e apurados pelas autoridades legítimas.
Por estas razões:
Repudiamos a política baseada no medo e na desinformação, e as perseguições sofridas pelo site WikiLeaks, seu fundador, Julian Assange e aqueles que os apoiam.
Chamamos os cidadãos a não permanecerem inertes frente à ao caminho violento, retrógrado, e de eliminação de direitos, que estão trilhando tantos governos, corporações e marcado e outras instituições e organizações.
Pedimos à imprensa livre que não se cale, que não seja cúmplice, e assuma a obrigação moral de procurar, desvendar e dizer verdades no meio desse emaranhado de mentiras que fica entre a manipulação de informações e obscurantismo.
Exigimos que todos os governos parem de agir a serviço de outros governos, empresas e mercados, e passem a atuar pela Justiça, pela Liberdade e pelos direitos fundamentais dos indivíduos.
Cidadãos, os vazamentos continuarão sendo inevitáveis e necessários à Democracia enquanto os governos não adotarem regras próprias de transparência e forneça as informações a nós, aqueles a quem eles representam, e em nome de quem eles realizam suas ações. É nosso direito e dever nossos exigir.
LINKS
Comitê europeu de aopoio ao wikileakes
Central de divulgação e organização de manifestações pró wikileaks
Wikileaks
Comentem e reproduzam o texto no maior número de veículos possíveis, do mural da sua classe até o mais visivel dos espaços que conseguir!
ResponderExcluirGrande abraço a todos. Paz!
Bela iniciativa!
ResponderExcluir