sábado, 17 de abril de 2010

Pega, Mata e come

A edição da coluna Viagem no Tempo, publicada no Jornal do Povo (Rio Grande do Sul), do dia 17/04/10 (que você pode ler clicando aqui ) relembramos o Show Opinião, de 1964, montagem que tinha no elenco os músicos Zé Keti, João do Vale e Nara Leão (posteriormente substituída por Maria Bethânia, então com 18 aninhos mas com vozeirão de gente grande).
O espetáculo marca o início da Música de protesto. Esse protesto não se tratava apenas de denunciar as injustiças sociais do País, nem apenas a repressão da Ditadura Militar que havia acabado de se instalar. Era também uma afirmação de resistência cultural, de defesa da cultura regional brasileira em detrimento das porcarias gringas que eram impostas pela Indústria cultural.
Além de lançar clássicos como as músicas Acender as Velas, Opinião e Tiradentes, um momento em especial marcou o show-teatro: Carcará, sobre a ave de rapina que simboliza a resistência e garra do povo nordestino foi imortalizada na voz de Maria Bethânia.

Semana Passada, a banda Cabruera, num evento organizado pelo Enxame Coletivo em parceria com o Fora do Eixo fez uma releitura de Carcará, numa pegada Rock-antropofágica que deixou o público em êxtase.
Os meninos da Paraíba têm tudo para também entrarem para a história. Afinal, os caras são capazes até de transformar uma caneta esferográfica e um violão em rabeca de menestrel do sertão.

Antropofagia cultural é isso: pega, mata e come!

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